Um dos estudos mais importantes dentro da psicologia foi realizado por Carl Rogers de
Durante a pesquisa, foram gravadas muitas horas de sessões de cada cliente. Ao final da pesquisa, segundo novas avaliações de seu funcionamento, esses clientes foram divididos em dois grupos: aqueles que tinham melhorado e aqueles que tinham piorado significativamente em relação ao inicio do processo psicoterápico.
Esse foi o primeiro achado importante:
Em muitos casos, a psicoterapia tem efeitos destrutivos sobre os clientes.
Restava saber quais eram os elementos comuns a esse grupo e quais eram os elementos comuns ao grupo de clientes cujos resultados foram considerados positivos.
Surpreedentemente, esses elementos, determinados a partir das gravações das sessões, não estavam ligados a abordagem teórica ou as técnicas usadas pelos terapeutas. Assim é que, no grupo dos que melhoraram, havia clientes provenientes de abordagens diferentes, o mesmo acontecendo no grupo dos que piorou.
Este era, então, um segundo achado:
O crescimento do cliente não é função da abordagem teórica ou das técnicas usadas pelo terapeuta. E o que se encontrou e comum, então, já que não era a linha teórica de trabalho do terapeuta que fazia a diferença?
O que se encontrou foram tão somente algumas características individuais dos terapeutas no seu relacionamento com o cliente, algo que se poderia chamar de posturas ou atitudes terapêuticas, independentemente da denominação teórica que o terapeuta usava.
O crescimento do cliente é função de determinadas atitudes assumidas pelo terapeuta durante o processo psicoterapeutico.
As posturas terapêuticas foram classificadas em seis dimensões básicas. Aquelas atitudes construtivas assumidas pelo terapeuta na sua relação com o cliente. As três primeiras dimensões foram identificadas por Rogers, enquanto as três últimas foram identificadas por Carkhuff.
- Empatia: capacidade de se colocar no lugar do outro, de modo a sentir o que se sentiria caso se estivesse em seu lugar.
- Aceitação Incondicional ou respeito: capacidade de acolher o outro integralmente, sem que lhe sejam colocadas quaisquer condições e sem julgá-lo pelo que sente, pensa, fala ou faz.
- Coerência: capacidade de ser real, de se mostrar ao outro de maneira autentica e genuína, expressando, através de palavras e atos, seus verdadeiros sentimentos.
- Confrontação: capacidade de perceber e comunicar ao outras certas discrepâncias ou incoerência em seu comportamento.
- Imediaticidade: capacidade de trabalhar a própria relação terapeuta-cliente, abordando os sentimentos imediatos que o cliente experimenta pelo terapeuta e vice-versa.
- Concreticidade: capacidade de decodificar a experiência do outro em elementos específicos, objetivos e concretos.
Além de terem sido categorizadas a dimensão, determinou-se também a importância de dois outros aspectos ligados a essas dimensões:
· O grau ou nível em que elas eram apresentadas pelo terapeuta, demonstrando-se que quanto mais alto era esse nível, maior o crescimento por parte do cliente.
· O momento e, que eram introduzidas na relação terapêutica: as três primeiras (empatia, aceitação e coerência) caracterizando uma fase inicial do processo, e as outras três aparecendo em fases mais avançadas.
Essas dimensões, dependendo do nível em que eram apresentadas pelo terapeuta, foram consideradas responsivas ou iniciativas. Responsivas, quando o terapeuta respondia ao cliente no mesmo nível em que esse estava se colocando; iniciativas, quando o terapeuta se tornava mais diretivo, permitindo-se acrescentar sua própria percepção, indo além do conteúdo colocado por ele.
Enfim, é como se as dimensões responsivas estabelecessem a base do relacionamento terapeuta-cliente e se tornassem pré-requisito para fases mais avançadas do processo, quando as dimensões iniciativas desempenham um papel decisivo no crescimento do cliente.
Fonte:
Tornando-se pessoa, C. Rogers.
Terapia centrada no cliente, C. Rogers
Construindo a relação de ajuda, C. Miranda
Nenhum comentário:
Postar um comentário