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Campinas, São Paulo, Brazil
Psicólogo Clínico Junguiano com formação pela Unicamp, terapia corporal Reichiana, Hipnoterapeuta com formação em Hipnose Ericksoniana com Stephen Gilligan.E outras formações com Ericksonianos: Ernest Rossi, Teresa Robles, Betty Alice Erickson. Formação em Constelação Familiar Sistémica pelo Instituto de Filosofia Prática da Alemanha. Uma rica e inovadora terapia divulgada em toda Europa. Professor de Hipnoterapia, além de ministrar cursos de Auto-conhecimento como Eneagrama da Personalidade e Workshop de Constelação Familiar Sistémica em todo o Brasil. Clínica em Campinas-SP. Rua Pilar do Sul, 173 Chácara da Barra. Campinas-SP F.(19) 997153536

Uma relação de ajuda

Como é bela, intensa e libertadora é a experiência de se aprender a ajudar o outro. É impossível descrever-se a necessidade imensa que têm as pessoas de serem realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas.
A psicologia de nossos dias nos tem, cada vez mais, chamado a atenção para esse aspecto. Bem no cerne de toda psicoterapia permanece esse tipo de relacionamento em que alguém pode falar tudo a seu próprio respeito, como uma criança fala tudo "a sua mãe.
Ninguém pode se desenvolver livremente nesse mundo, sem encontrar uma vida plena, pelo menos...
Aquele que se quiser perceber com clareza deve se abrir a um confidente, escolhido livremente e merecedor de tal confiança.
Ouça todas a conversas desse mundo, tanto entre nações quanto entre casais. São, na maior parte, diálogos entre surdos.
Paul Tournier.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ártemis.

Segundo a tradição mais corrente (em Elêusis, por exemplo, ensinava-se que Ártemis era filha de Deméter), Ártemis é filha de Zeus e de Leto, e irmã gêmea de Apolo. Tal como o seu irmão, também ela é uma divindade da luz (a “Brilhante”, Febo), mas da luz nocturna, lunar.

A virgem Ártemis nasceu na ilha de Ortigia (Delos), um dia antes de seu irmão. O seu nome parece provir do adjectivo grego artémès que significa: de boa saúde. Após o seu nascimento, ela pediu como presente, a seu pai, Zeus, uma armadura completa de caçadora e este encarregou Hefesto de lhe forjar um arco em ouro. A partir de então, ela começou a acompanhar Apolo nas suas expedições, estando presente quando ele matou a serpente Píton e seguindo-o depois no seu exílio na Tessália.

Mais tarde, quando Apolo regressou a Delfos, Ártemis preferiu dirigir-se para a selvagem Arcádia, uma zona montanhosa, rica em caça e com numerosas fontes, que permitiam um banho reparador depois da fadiga de uma caçada. A deusa era acompanhada por um cortejo de ninfas, que a ajudavam a cuidar dos seus cães, partilhando também dos seus divertimentos e prazeres.

Curiosamente, ela tinha excluído o amor da sua vida, mantendo-se virgem e casta, e obrigando as suas companheiras a seguirem o seu exemplo. Se uma delas traísse este voto, ainda que involuntariamente – como aconteceu com Calisto, seduzida por Zeus – seria castigada. E se algum indiscreto violasse o segredo da sua intimidade, Ártemis não hesitaria em puni-lo de modo exemplar. Ora isto aconteceu exactamente com Actéon, filho de Aristeu que, no decurso de uma batalha, surpreendeu a deusa quando esta se banhava, completamente nua, numa fonte. Extasiado, Actéon prolongou a sua contemplação e a deusa imediatamente o castigou, transformando-o num veado que, depois, foi devorado pelos seus próprios cães.

Mas será que Ártemis nunca terá sentido o fogo da paixão? Parece que a deusa se terá impressionado com a beleza do caçador gigante Oríon, filho de Posídon. No entanto, este não sobreviveu a este fogo insólito. Não sabemos se foi Apolo que interferiu, a fim de proteger a sua irmã do seu desejo traiçoeiro (conta-se que ele a desafiou para atingir com as suas flechas um objecto que aparecia de longe a longe, no meio das águas.

A deusa aceitou o desafio e trespassou, involuntariamente, a cabeça de Oríon, que nadava no alto mar) ou como se afirma noutra tradição, se foi a própria Ártemis a provocar a morte do gigante quando, após uma caçada que faziam em conjunto, na ilha de Quios, este esboçou um gesto arrebatado de desejo. Imediatamente a deusa (recordando o seu voto de castidade) fez surgir da terra um escorpião que picou o imprudente. Ártemis ficou tão reconhecida ao animal que preservara a sua virtude, que o imortalizou, fazendo dele uma constelação. Entretanto, Oríon também lucrou com a metamorfose, pois foi enviado para junto das estrelas.

Ártemis era uma deusa que não perdoava aos mortais uma falta de respeito ou um atentado ao seu domínio, castigando-os cruelmente quando estes a ofendiam. Foi o que aconteceu com Agamémnon. Com efeito, o “rei dos reis” não receou matar um veado num bosque consagrado à deusa. Mas quando esta soube, impediu os ventos de soprarem, impossibilitando assim a partida da frota grega para Tróia. E em seguida participou a Agamémnon que só mandaria regressar os ventos se ele sacrificasse em seu louvor a sua filha Ifigénia. Mas entretanto, desta vez, a deusa demonstrou alguma piedade pela vítima inocente que transformou na sacerdotisa do seu santuário de Táurida.

Os atributos de Artemis Tal como Apolo, a deusa da Lua era dotada de atributos variados e contraditórios. Por um lado, manifestava qualidades simpáticas e benéficas: dirigia o coro das Musas, proferia oráculos, dava bons conselhos, curava as doenças ou as feridas, protegia as águas termais e as viagens, em terra e no mar, e ainda velava pelos animais domésticos e pelos campos. Mas, simultaneamente, Ártemis era a deusa da caça, aterrorizando, portanto, os animais selvagens. Esta era a sua faceta cruel e, por vezes, mesmo bárbara. Com efeito, a deusa divertia-se a oprimir os mortais, a desencadear epidemias ou a provocar a morte violenta, merecendo bem o cognome de Apolussa, a Destruidora.

Os Romanos identificaram Ártemis com a deusa itálica Diana, em cujo nome se reconhece a raiz di, que evoca a lúz. A segunda-feira era o seu dia, o dia da Lua (cf. o inglês monday e o alemão montag).

Mas a Diana de Éfeso não tem, praticamente, nenhuma relação com a casta Ártemis dos Gregos. O seu nome deriva, assim, da semelhança que existe entre a maior parte dos atributos das suas deusas. Na realidade, a deusa de Éfeso é uma deusa-mãe, por excelência, deusa da natureza e, consequentemente, deusa lunar, caçadora, protectora dos mares e das cidades. Os habitantes de Foceia, que colonizaram Marselha, colocaram-se sob a sua protecção.

Ártemis (Diana) é comummente representada na Antiguidade e em várias outras épocas (pelos escultores J. Goulon, G. Pilon, Houdon; pelos pintores F. Clouet, Ticiano, Le Corrège, Véronèse, A. Carrache, Rubens, Le Dominiquin, Vermeer, Watteau, Boucher, etc.) como uma jovem robusta e de rosto severo (opondo-se assim à beleza alegre e provocante de Afrodite); aparece vestida com uma túnica arregaçada, que lhe deixa as pernas livres para correr, e é acompanhada de uma corça ou de um cão (o cão da caça ou o cão que ladra à Lua). Umas vezes surge munida de um arco e de um carcás, outras de um archote. Usa geralmente o crescente lunar como diadema. A representação de Ártemis de Éfeso é completamente diferente. A deusa surge-nos coberta com uma túnica comprida, decorada com diversos animais, as mãos abertas num gesto ritual, e ostentando uma multiplicidade de seios, símbolo evidente de fecundidade.

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