Quem sou eu

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Campinas, São Paulo, Brazil
Psicólogo Clínico Junguiano com formação pela Unicamp, terapia corporal Reichiana, Hipnoterapeuta com formação em Hipnose Ericksoniana com Stephen Gilligan.E outras formações com Ericksonianos: Ernest Rossi, Teresa Robles, Betty Alice Erickson. Formação em Constelação Familiar Sistémica pelo Instituto de Filosofia Prática da Alemanha. Uma rica e inovadora terapia divulgada em toda Europa. Professor de Hipnoterapia, além de ministrar cursos de Auto-conhecimento como Eneagrama da Personalidade e Workshop de Constelação Familiar Sistémica em todo o Brasil. Clínica em Campinas-SP. Rua Pilar do Sul, 173 Chácara da Barra. Campinas-SP F.(19) 997153536

Uma relação de ajuda

Como é bela, intensa e libertadora é a experiência de se aprender a ajudar o outro. É impossível descrever-se a necessidade imensa que têm as pessoas de serem realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas.
A psicologia de nossos dias nos tem, cada vez mais, chamado a atenção para esse aspecto. Bem no cerne de toda psicoterapia permanece esse tipo de relacionamento em que alguém pode falar tudo a seu próprio respeito, como uma criança fala tudo "a sua mãe.
Ninguém pode se desenvolver livremente nesse mundo, sem encontrar uma vida plena, pelo menos...
Aquele que se quiser perceber com clareza deve se abrir a um confidente, escolhido livremente e merecedor de tal confiança.
Ouça todas a conversas desse mundo, tanto entre nações quanto entre casais. São, na maior parte, diálogos entre surdos.
Paul Tournier.

domingo, 25 de novembro de 2012

Arquétipo

Dentro do inconsciente coletivo há estruturas psíquicas ou arquétipos. Tais arquétipos são formas sem conteúdo próprio que servem para organizar ou canalizar o material psicológico. Eles se parecem um pouco com leitos de rio secos, cuja forma determina as características do rio desde que a água começa a fluir por eles. Jung também chama os arquétipos de imagens primordiais, porque eles correspondem frequentemente a temas mitológicos que reaparecem em contos e lendas populares de épocas e culturas diferentes.
Os mesmos temas podem ser encontrados em sonhos e fantasias de muitos indivíduos. De acordo com Jung, os arquétipos, como elementos estruturais formadores que se firmam no inconsciente, dão origem tanto às fantasias individuais quanto às mitologias de um povo. Eles tendem a aparecer como determinadas regularidades; tipos recorrentes de situações e figuras. A situação arquetípica inclui “a busca do herói”, “a viagem noturna no mar” e a “luta para se libertar da mãe”. Figuras arquetípicas incluem a criança divina, o duplo, o velho sábio e a mãe primordial.
A história de Édipo é uma boa ilustração de um arquétipo. É um motivo tanto mitológico quanto psicológico, uma situação arquetípica que lida com o relacionamento do filho com seus pais. Há, obviamente, muitas outras situações ligadas ao tema, tal como o relacionamento da filha com seus pais, o relacionamento dos pais com os filhos, relacionamentos entre homem e mulher, irmãos, irmãs e assim por diante.
Uma extensa variedade de símbolos pode ser associada a um dado arquétipo. Por exemplo, o arquétipo materno compreende não somente a mãe real de cada indivíduo, mas também todas as figuras de mãe, figuras nutridoras. Isto inclui mulheres em geral, imagens míticas de mulheres (tias como Vênus, Virgem Maria, Mãe Natureza) e símbolos de apoio e nutrição, tais como a Igreja e o Paraíso. O arquétipo materno inclui não somente aspectos positivos, mas também negativos, como a mãe ameaçadora, dominadora ou sufocadora. Na Idade Média, por exemplo, este aspecto do arquétipo estava cristalizado na imagem da bruxa.
Jung escreveu que “os conteúdos de um arquétipo podem ser integrados na consciência, mas eles próprios não têm esta capacidade. Portanto, os arquétipos não podem ser destruídos através da integração ou da recusa em admitir a entrada de seus conteúdos na consciência. Eles permanecem uma fonte à canalização das energias psíquicas durante a vida inteira e precisam ser continuamente trabalhados”. Cada uma das principais estruturas da personalidade são arquétipos, incluindo o ego, a persona, a sombra, a anima e animus e o self.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

As Funções: Pensamento, Sentimento, Sensação e Intuição

Jung identificou quatro funções psicológicas fundamentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição. Cada função pode ser experimentada tanto de uma maneira introvertida quanto extrovertida.
Jung via o pensamento e o sentimento como maneiras alternativas de elaborar julgamentos e tomar decisões. O pensamento está relacionado com a verdade, com julgamentos derivados de critérios impessoais, lógicos e objetivos. A consistência e princípios abstratos são altamente valorizados. Os tipos reflexivos (aqueles indivíduos em quem o pensamento é função predominante) são os maiores planejadores; entretanto, tendem a agarrar-se a seus planos e teorias, ainda que sejam confrontados com nova e contraditória evidência. Sentir é tomar decisões de acordo com julgamentos de valores próprios, por exemplo, bom ou mau, certo ou errado, agradável ou desagradável (ao invés de julgar em termos de lógica ou eficiência, como no pensar). Tipos sentimentais são orientados para o aspecto emocional da experiência. Eles preferem emoções fortes e intensas ainda que negativas, a experiências normais.
Jung classifica a sensação e a intuição, juntas, como as formas de apreender informações, ao contrario das formas de tomar decisões. A sensação refere-se a um enfoque na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos; o que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. A experiência concreta, tangível, tem prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência. Os tipos sensitivos tendem a responder à situação imediata, e lidam efetiva e eficientemente com todos os tipos de crises e emergências. Em geral, eles trabalham melhor com instrumentos e utensílios do que qualquer um dos outros tipos. A intuição é uma forma de processar informações em termos de experiência passada, objetivos futuros e processos inconscientes. As implicações da experiência (o que poderia acontecer, o que é possível) são mais importantes para os intuitivos do que a experiência real por si mesma. Pessoas fortemente intuitivas dão significado às suas percepções com tamanha rapidez que via de regra não conseguem separar suas interpretações dos dados sensoriais brutos. Os intuitivos processam informação muito depressa e relacionam, de forma automática, a experiência passada e informações relevantes à experiência imediata. Pelo fato deles frequentemente categorizarem em termos de material inconsciente, seus pensamentos parecem avançar aos trancos e barrancos.
Para o indivíduo, uma combinação das quatro funções resulta numa abordagem equilibrada do mundo. Jung escreve: “A fim de nos orientarmos, temos que ter uma função que nos assegure de que algo está aqui (sensação); uma segunda função que estabeleça o que é (pensamento); uma terceira função que declare se isto nos é ou não apropriado, se queremos aceitá-lo ou não (sentimento); e uma quarta função que indique de onde isto veio e para onde vai (intuição)”.
Entretanto, ninguém desenvolve igualmente bem todas as quatros funções. Cada pessoa tem uma função fortemente dominante, e uma função auxiliar parcialmente desenvolvida. As outras duas funções são em geral inconscientes e a eficácia de sua ação é bem menor. Quanto mais desenvolvidas e conscientes forem as funções dominantes e auxiliar, mais profundamente inconscientes serão seus opostos.
A tipologia de Jung é especialmente útil no relacionamento com os outros, ajudando-nos a compreender os relacionamentos sociais; ela descreve como as pessoas percebem de maneiras alternadas e usam critérios diferentes ao agir e ao fazer julgamentos. Por exemplo, oradores intuitivos-sentimentais não terão um estilo de conferencia lógico, firmemente organizado e detalhado como oradores reflexivos-sensitivos. É provável que seus discursos sejam divagações, que apresentem o sentido de um tema abordando-o sob vários ângulos diferentes, ao invés de desenvolvê-lo sistematicamente.